quarta-feira, 20 de junho de 2012

Rio+20/Comunicação, Cultura e Desenvolvimento



O Ministério da Cultura promoveu hoje (14), das 14 às 17h, no auditório do Galpão da Cidadania, o Seminário Comunicação, Cultura e Desenvolvimento. O evento contou com a participação dos secretários da Cidadania e da Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, de Políticas Culturais, Sérgio Mamberti, e do Audiovisual, Ana Paula Santana, além do secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo Lins e do coordenador-Geral de Formação da Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, Dênis Rodrigues. A mediaçãodos debates foi feita por Orlando Guilhon, representante da Associação das Rádios Públicas (ARPUB) e do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).
A secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, destacou, em sua participação, a importância do Programa Cultura Viva, criado em 2004 pelo Ministério da Cultura, que tem como ação principal os Pontos de Cultura. “Desde que foi criado, o Programa sempre buscou fazer a conexão entre Cultura, Comunicação e Desenvolvimento”, afirmou a secretária no início de sua fala. Segundo ela, o Cultura Viva favorece o exercício da Comunicação como um direito. “A comunicação é uma ação estruturante do Programa”, emendou.
 “Vivemos em uma época em que a informação tornou-se tão vital para o homem que passou a integrar o arcabouço de seus direitos fundamentais”, lembrou Márcia Rollemberg, acrescentando que “o avanço tecnológico teve profundos reflexos sociais e históricos, pois, além das possibilidades de troca de informações e de interação, onde todos podem se comunicar com todos, a internet tornou-se um espaço privilegiado para a promoção do emponderamento e do ativismo social”.
De acordo com a secretária, não apenas a internet, mas também as rádios e televisões comunitárias e a publicações alternativas, foram fundamentais como mediadores de práticas que possibilitam a difusão e o acesso aos conhecimentos gerados local e globalmente, bem como o acesso à diversidade cultural. Mas ela destacou ainda a importância da comunicação nos processos presenciais – sejam nas comunidades indígenas ou num grupo de jovens. “A comunicação, o diálogo, potencializa e integra as comunidades culturais”, frisou Márcia Rollemberg.
“Essas práticas são cada vez mais necessárias à cidadania do nosso século, e elas estão na base do Programa Cultura Viva, que é concebido como uma rede orgânica de criação e gestão cultural, mediada pelos Pontos de Cultura. E isto passa, em primeiro lugar, pelo reconhecimento do indivíduo como um talento e sujeito de sua própria história”. Conforme a secretária, em lugar de determinar ações e condutas, o Programa estimula a criatividade e potencializa desejos, criando um ambiente propício ao reconhecimento da importância da cultura produzida em cada localidade.
Pontos de Cultura e Comunicação
Segundo Márcia Rollemberg existem, atualmente, no Brasil 3.703 Pontos de Cultura – organizações da sociedade civil que desenvolvem algum tipo de atividade cultural. “Muitos desses Pontos trabalham com alguma ferramenta de comunicação”, informou. Ela citou como exemplo, o Edital Prêmio de Mídia Livre, realizado pelo Ministério da Cultura, em 2009, que premiou 67 Pontos de Cultura que trabalham nessa área.
“E articulando os Pontos de Cultura, existem 29 Pontões de Cultura que têm entre as  suas atribuições as de criar mecanismos de distribuição, comercialização e difusão dos produtos culturais produzidos pelos Pontos de Cultura”. De acordo com a secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do Minc, muitos desses produtos incluem a criação de um sistema de comunicação próprio a cada Ponto de Cultura como o registro audiovisual das atividades e até a produção de programas de rádio ou televisão.
Entre as ações de fomento à produção audiovisual dos Pontos de Cultura, Márcia Rollemberg, citou ainda a parceria do MinC com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, cuja Escola de Comunicação criou, em 2010, o Laboratório Cultura Viva. O projeto, que tem ênfase na difusão, formação, pesquisa e experimentação multimídia, criou uma plataforma eletrônica que abriga e difunde material audiovisual gerado pelos Pontos, a partir de projetos selecionados e financiados por meio de edital público.
Segundo ela, esse projeto absorveu duas experiências anteriores que foram os programas de TV Cultura Ponto a Ponto, desenvolvido pela TV Roquete Pinto, e o Ponto Brasil, produzido e exibido pela TV Brasil. Esses dois programas tinham como foco as experiências dos Pontos de Cultura. O primeiro produziu 26 documentários de 26 minutos, que estão disponíveis na plataforma e podem ser exibidos por TVs comunitárias.
Em relação ao tópico “Desenvolvimento”, Márcia Rollemberg frisou que tudo que ela apresentou demonstra o quanto a cultura pode contribuir para que ela aconteca. “Primeiramente, porque as culturas estabelecem as relações entre as pessoas e sua sociedade e condicionam seu comportamento. E, em segundo lugar, porque a cultura tem uma dimensão econômica que deve ser fortalecida, inclusive na área da produção e difusão de conteúdos”, finalizou.
(Redação: Heli Espíndola, Comunicação/SCDC)
(Fotos: Juliana Mucury, Comunicação/SCDC)

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