quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Acampamento da Paz

Quatro alunos da rede municipal de ensino foram selecionados para participar em Barcelona, na Espanha, do Acampamento da Paz. A ação, que tem como objetivo promover a criação de uma comunidade ativa na luta pela paz, está sendo impulsionada pelo Fórum Universal das Culturas, através da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult) e da Assessoria de Relações Internacionais (ARI). O primeiro grupo de estudantes viaja nesta quarta-feira (23) e retorna no dia 5 de outubro. O Acampamento da Paz é um espaço de trabalho que reúne, desde 2004, meninos e meninas de diferentes cidades para falar dos problemas que lhes preocupam e discutir opiniões.
Editais culturais oferecem mais de R$ 2 milhões

A Secretaria de Cultura (Secult) e a Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) permanecem com inscrições abertas para cinco editais de apoio a projetos nas áreas de artes visuais, fotografia, dança, música e teatro, da capital e do interior do estado. As inscrições serão encerradas em 8 e 9 de outubro e devem selecionar pelo menos 43 projetos culturais, sendo 17 do interior, que contarão com um investimento de R$ 2,35 milhões do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). Os interessados podem se inscrever presencialmente ou pelos correios. De forma presencial, o proponente deve entregar o formulário, documentos e anexos na sede da Funceb, localizada na rua Gregório de Mattos, 29, no Pelourinho - Salvador, das 14 às 18h, até o último dia de inscrição do edital.Pelos correios, o proponente deve enviar seu projeto para a Caixa Postal 2485, CEP 40.020-970, Salvador, Bahia, com Aviso de Recebimento (A.R.), até o último dia de inscrição do edital. O projeto que tiver com data de postagem posterior à data de encerramento do edital será desclassificado. Os editais, formulários de apresentação de projetos, demais anexos e informações estão disponíveis no site da Funceb, no endereço www.funceb.ba.gov.br.Os editais são o inédito Fotografia Baiana, de apoio à publicação de ensaios fotográficos, e os tradicionais Matilde Matos, de apoio à curadoria e montagem de exposições, edital de apoio à produção de conteúdo em música, edital Manoel Lopes Pontes, de apoio à montagem de espetáculos de teatro, e edital Yanka Rudzka, de apoio à montagem de espetáculos de dança.Segundo a diretora da Fundeb, Gisele Nussbaumer, em 2009, além do lançamento de um edital inédito, que contempla a publicação de obras fotográficas, a Funceb também aumentou os valores dos editais de montagem e determinou uma quantidade mínima de espetáculos direcionados ao público infanto-juvenil, como forma de incentivar a formação de plateia.Nos últimos dois anos, a Fundação Cultural apoiou 400 projetos, sendo 93 do interior da Bahia, com um investimento de mais de R$ 10 milhões. A política de fomento através de editais teve como resultados o aumento do investimento no setor cultural, uma maior descentralização dos recursos e a ampliação do número de projetos e proponentes beneficiados.Editais - Dez projetos serão apoiados através do edital Matilde Matos – Curadoria e Montagem de Exposições, que vai disponibilizar recursos na ordem de R$ 330 mil. O edital tem inscrições abertas até 8 de outubro e abrange duas categorias. Na primeira, serão apoiados quatro projetos de curadoria e montagem de exposição, com acervos públicos ou particulares, com apoio de até 45 mil. A segunda categoria selecionará seis montagens de exposições com valor de até 25 mil cada.O edital inédito Fotografia Baiana – Publicação de Ensaios Fotográficos, que tem inscrição até 8 de outubro, irá conceder apoio a pelo menos três projetos para publicação de catálogos de ensaios inéditos, de livre temática e de autoria de fotógrafos residentes na Bahia, no valor de até R$ 60 mil cada. O total do apoio financeiro disponível para este edital será de até R$ 180 mil.Em 2009, o edital Yanka Rudzka – Montagem de Dança, que também tem inscrição até 8 de outubro, teve um significativo aumento do investimento, totalizando R$ 720 mil

em apoio. Cada edital contemplará dez propostas inéditas de montagem em quatro categorias. A primeira selecionará quatro projetos no valor de até R$ 40 mil, sendo pelo menos um para montagem de espetáculo infanto-juvenil.A segunda categoria contemplará três projetos no valor de até R$ 70 mil, também com pelo menos uma montagem para o público infanto-juvenil. A terceira categoria apoiará dois projetos no valor de até R$ 100 mil e a quarta categoria irá selecionar um projeto no valor de R$ 150 mil.Até o dia 9 de outubro, os interessados podem se inscrever no edital Manoel Lopes Pontes, de montagem de teatro, que tem um apoio de R$ 720 mil e as mesmas categorias do edital Yanka Rudzka, e no edital Produção de Conteúdo
em Música. O edital de música destinará recursos na ordem de R$ 400 mil para pelo menos dez projetos de artistas ou grupos do estado para criação de fonogramas single, EP ou álbum e de vídeos, clips, documentário ou registro audiovisual, inéditos, a serem distribuídos pela Internet, em CD, DVD, SMD ou outros meios.O concurso abrange três categorias, sendo a primeira para projetos no valor de até R$ 20 mil, a segunda para propostas no valor de até R$ 40 mil e a terceira com teto de R$ 80 mil. Pela primeira vez este edital oferece a possibilidade do custeio da prensagem, em CD ou DVD, do material produzido, viabilizando a circulação efetiva dos bens artísticos produzidos.

Sarau Literário

O Sarau Literário realizado pela Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de Itapuã segue com diversas atividades nesta quinta-feira (26). A medida acontece pelo segundo ano consecutivo e pretende despertar o interesse pela música, cultura local e sobretudo pela leitura. Os estudantes do segmento de Jovens e Adultos (EJA) apresentam peças teatrais, recitam poesias e ainda participam da festa com a banda dos alunos da Escola Municipal Célia Nogueira. O encerramento acontece a partir das 19h desta quinta, na Casa da Música, no Parque Metropolitano do Abaeté. O evento terá na abertura a participação de parte do elenco do filme “Ó paí ó”, inclusive dos educandos da região que participaram da produção cinematográfica. A expectativa é a de que 300 alunos participem da ação, que também conta com a presença da comunidade.

terça-feira, 22 de setembro de 2009



Programa Cultura Ponto a Ponto promovem intercâmbio entre Bahia e Pará


Dentro da Bolsa de Intercâmbio Cultura Ponto a Ponto do Ministério da Cultura, Salvador receberam, de 13 a 18 de setembro, a visita das integrantes paraenses do Pontão Cultura de Ouro, mantido pela Associação dos Grupos Folclóricos e Culturais de Itaituba (ASGRUFOCITA). Nesta segunda e terça-feira, a artista plástica Patrícia Regina de Morais Batista e a artesã Roseane Hakay Munduriku conheceram as atividades desenvolvidas pelo Ponto de Cultura Espaço da Arte, executada pela ONG Cacto e Trevo, em Mussurunga, além de visitarem o Centro Histórico de Salvador, incluindo o Mercado Modelo, que abriga 263 lojas que oferecem a maior variedade de artesanato, presentes e lembranças da Bahia.
Na quarta e quinta, as duas paraenses conheceram o maior centro de artesanato da América Latina, localizado no distrito de Maragogipinho. A próxima etapa será a viagem das duas representantes baianas, Ana Célia Guedes e Jane de Oliveira Silva, embarcam para Belém do Pará, onde irão visitar o artesanato de Itaituba. Ainda não está agendado o embarque das baianas. Deste intercâmbio cultural, sairão como produtos, um catálogo das peças cerâmicas e um vídeo-documentário sobre os artesãos paraenses e baianos. Para o programa piloto da Bolsa de intercâmbio Cultura Ponto a Ponto foram escolhidos dois artesanatos famosos, porém precisando atingir uma visibilidade no ambiente educativo: o artesanato Munduruku, apresentado pelo Ponto de Cultura: “Cultura de Ouro” e o artesanato de Maragogipinho, apresentado pelo Ponto de Cultura Espaço da Arte da ONG Cacto e Trevo de Salvador. As integrantes dos Pontos de Cultura do Pará e da Bahia trocaram experiência, mas também desenvolveram pesquisa in loco do artesanato de Maragogipinho.
Seis jovens – Jocilene de Jesus; Maíra Magna; Beatriz Nascimento; Eduardo Oliveira Junior; Felipe da Cruz Mota e Geugraciana Damascena (que participaram das oficinas de Comunicação, Vídeo e Fotografia) - fizeram a cobertura jornalística da visita dos paraenses aos artesãos de Maragogipinho. Os jovens produziram entrevistas, fotografias, filmagens e textos sobre os oleiros, a visita das paraenses e a cultura local. A cobertura foi transmitida via internet, através do Portal ITEIA para as sedes dos Pontos de Cultura do Pará e da Bahia. Essa foi mais uma oportunidade para que os alunos das oficinas realizadas pelo Ponto de Cultura Espaço das Arte possam colocar em prática os conhecimentos obtidos na formação. A visita teve o apoio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT) e da FUNCEB – Programa Apoio ao Calendário de Eventos; Ministério da Cultura – Programa Intercâmbio Cultura Ponto a Ponto; A Associação dos Artesãos de Maragogipinho, da Prefeitura Municipal de Aratuípe e o Centro Social de Apoio a Saúde de Maragogipinho.
Ponto a Ponto
Para participar da Bolsa de Intercâmbio Cultura Ponto a Ponto, os Pontos de Cultura de todo o país precisam se inscrever no programa e trocar experiências de ação cultural com um Ponto de outra cidade. As inscrições estão abertas até 21 de setembro, através da Secretaria de Cidadania Cultural (SCC), do Ministério da Cultura. Serão 200 bolsistas premiados com R$ 1,5 mil cada. A proposta do edital é promover a convivência direta entre os representantes dos Pontos de Cultura, o que permite ampliar a troca de conhecimentos e o fortalecimento da rede. A Bolsa de Intercâmbio Cultura Ponto a Ponto vai selecionar 50 propostas entre dois Pontos de Cultura de cidades diferentes. Cada Ponto terá de indicar dois bolsistas, totalizando quatro por projeto. O Ponto de Cultura é uma iniciativa pública ou privada, sem fins lucrativos, selecionada por meio de edital público ou seleção direta, que desenvolve atividades de formação, produção e difusão cultural junto à comunidade local. O Ponto faz parte dos programas Cultura Viva e Mais Cultura do MinC.
Confiram a primeira coleção de fotos da primeira fase do intercâmbio no nosso álbum de fotos. www.iteia.org.br/cactoetrevo.

sábado, 12 de setembro de 2009

Cobertura de Festival de Teatro

Jovens da Pracatum Ação Social, associação localizada no bairro do Candeal, em Salvador, estão fazendo a cobertura jornalística do II Festival Latino–Americano de Teatro da Bahia (Filte), evento que acontece na capital baiana até o dia 13 de setembro. Os garotos e garotas, com idades entre 16 e 24 anos, estão produzindo entrevistas, fotografias, filmagens e textos opinativos, com impressões sobre os espetáculos apresentados. A ação, desenvolvida através de parceria com o grupo Oco Teatro Laboratório, surgiu como uma oportunidade para que os alunos do Curso de Rádio Participativa e Mídias Convergentes, da Pracatum, pudessem pôr em prática os conhecimentos obtidos na formação. Durante o Curso, os adolescentes e jovens têm acesso a temas transversais, como gênero, raça, participação política e juventude, e a conteúdos mais técnicos, como edição de áudio e vídeo, manuseio de equipamentos de filmagem e produção de texto jornalístico. Todos os materiais produzidos pelos adolescentes e jovens durante a cobertura do Festival serão postados no blog do grupo: www.radiopracatum.blogspot.com.
Concurso Chamadas Criativas

A organização não-governamental Eletrocooperativa, em parceria com o Instituto C&A e com a Artemísia, inscreve trabalhos para o concurso Chamadas Criativas. A iniciativa é uma forma de incentivar a produção e aumentar a visibilidade de novos criadores de vídeos, músicas, programas de rádio (podcasts) ou imagens (fotografias, arte-digital, foto-montagem, ou cartaz). O concurso é dividido em dois temas: O que é ser criança? e De que trabalho o mundo precisa?. Os interessados podem enviar trabalhos para o segundo eixo temático até o dia 15 de setembro e para o primeiro eixo temático até o dia 17 de setembro. As melhores criações ganharão prêmios de R$ 300 e R$400,00. Para participar, basta se inscrever no Portal Eletrocooperativa:www.eletrocooperativa.org.br.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009



Jovens aprendem em Mussurunga a arte de viver na raça

Veja matéria escrita pela jornalista Jaciara Santos e que foi publicada no portal Á Queima Roupa


Meninos e meninas de Mussurunga no espetáculo Na Raça: talento à flor da pele

Como boa parte dos adolescentes, elas têm sonhos. Jane Silva de Oliveira, 15 anos, quer ser repórter fotográfica e até já dá seus cliques aqui e ali – algumas das fotos desta edição, por exemplo, levam a sua assinatura. Maila Macário de Araújo, 17, dorme e acorda pensando em como se tornar uma bióloga marinha e não quer nem saber que aqui em Salvador o curso ainda não está disponível em nível de graduação. Beatriz Nascimento de Jesus, 16, voz doce e corpo de bailarina, quando pensa no futuro, se vê como uma bem-sucedida desenhista industrial. Mas, apesar dos caminhos diferentes que pretendem trilhar, as três garotas se igualam num aspecto: fazem parte do grupo de quase 250 alunos do Ponto de Cultura Espaço da Arte, um dos projetos desenvolvidos pela organização não governamental Cacto e Trevo, em Mussurunga.


Jane, a fotógrafa, em ação
Não, você não leu errado. Estamos falando de Mussurunga mesmo, aquele populoso bairro às margens da Avenida Luiz Viana Filho (a Paralela) e pertinho do Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães que, em junho do ano passado, ganhou projeção nacional e chegou a ser mencionado em alguns noticiários internacionais. Como alguns de nós ainda devem lembrar, as referências estavam longe de ser elogiosas e tinham como foco um trágico episódio: o assassinato de sete pessoas no que configura a maior chacina já registrada na Bahia. Desde então, o bairro entrou para o mapa da violência, o que é uma pena. Quem se dispuser a enxergar Mussurunga sem o véu do preconceito vai descobrir um lugar bom de viver, com espaços ao ar livre em que as crianças podem correr à vontade e um povo que – confirmando a máxima ‘baiano não nasce, estreia’, atribuída ao falecido colunista social Zózimo Barroso do Amaral - esbanja talento por todos os poros.

Retomando a narrativa, além da ligação com a Cacto, outros pontos unem as histórias das três garotas. Elas são de origem pobre, moram na mal-afamada localidade e sofrem com a mórbida curiosidade em torno do bairro. “Quando a gente diz que mora em Mussurunga, querem logo saber da chacina”, ressente-se Maila, a mais despachada das três. “Também perguntam se a gente não tem medo de viver aqui, essas coisas…”, emenda Beatriz, a Bia. Mas elas não querem ficar olhando para trás, como deixam entrever as palavras de Jane: “Violência tem em todo lugar, o que aconteceu foi um caso isolado”, desconversa e conduz o bate-papo para o presente: “Tem jovens envolvidos em coisas erradas aqui? Tem, mas a maioria quer mesmo é estudar e trabalhar”, discursa com firmeza.


Maylton, Bia, Maila, Josiele e Gisele: foto de Jane
E é para sinalizar a estrada oposta ao caminho do crime que iniciativas como a da ONG fincou raízes em Mussurunga. Já são oito anos de atuação e mais de 200 crianças e adolescentes atendidos. Mas há dificuldades. A maioria associada ao poder econômico das famílias dos beneficiários: “Muitos pais tiram os filhos daqui para ganhar um dinheirinho carregando compras no mercado”, testemunha, sem condenar, Cristina Alves, 51, coordenadora do Ponto de Cultura. Para ela, essa questão poderia ser contornada se os assistidos tivessem direito a uma bolsa em dinheiro. “Seria a forma de reduzir a evasão, que chega, às vezes, a 50%”, contabiliza.

Exclusão – do negro africano ao jovem pobre
O público-alvo da Cacto e Trevo mora em Mussurunga ou numa das quatro
comunidades carentes da região (Vila dos Unidos, Colinas de Mussurunga, Vila Verde e Bom Natal) e está na faixa dos 8 aos 24 anos. São adolescentes como Maylton Macário de Araújo, 14, um webdesigner de mão cheia, segundo avaliação de Cristina. Irmão de Maila – a futura bióloga marinha – ele se destaca em vários campos do conhecimento: é fera em inglês e matemática, domina a técnica de entrevista (em vários momentos, trocou de lugar com a repórter) e se sai muito bem de câmera fotográfica em punho. Por falar nisso, acaba de ganhar uma bolsa da Ufba para o curso de fotografia Processo Criativo, que acontece agora em setembro. Ele não fala claramente, mas suspeita-se de que tenha uma queda pelo jornalismo.

No mês passado, um pouco da produção cultural da Cacto foi condensada num espetáculo multimídia apresentado na Biblioteca Pública do Estado, bairro dos Barris, centro de Salvador. Batizado de Na Raça, o trabalho tem direção de Lívia França e André Frutuoso e aborda a trajetória histórica do negro na sociedade. Como, para bom entendedor, poucas palavras bastam, não há dúvida quanto à associação entre as agruras sofridas pelos africanos escravizados nos primórdios da civilização brasileira e a exclusão vivida ainda hoje por jovens negros e pobres, como os meninos de Mussurunga.


Cristina: emoção ao falar do show
Mais de um mês depois da histórica apresentação na Biblioteca Central,
Cristina ainda festeja a performance dos meninos (é assim que ela se refere aos alunos, mesmo aos marmanjos com mais de 20 anos). “Foi..maravilhoso!”, define, na falta de uma palavra que traduza melhor seu orgulho. “Eles foram de um profissionalismo extremo e até hoje me emociono quando lembro”, derrete-se. Mas o contentamento da gestora vai muito além da corujice. Ela sabe que o envolvimento daqueles jovens e crianças com a arte é uma proteção contra os apelos da criminalidade. O que não significa que eles estejam totalmente a salvo: já houve casos de ex-alunos cooptados pelo tráfico, que entraram para as estatísticas de pessoas mortas ou presas devido à prática de ações ilícitas. “É que nada é perfeito”, suspira a consultora.

‘Violência se combate oferecendo escolas’
As estratégias de sedução são muitas. E nem sempre são explícitas, como sinaliza Gisele Melo, 12, voz quase inaudível e olhar baixo que revelam uma indisfarçável timidez. “A gente tem que estudar e ter um objetivo na vida, pra não cair na tentação do crime”, reflete. Filha única de vendedor autônomo com dona de casa, ela demonstra desconforto ao falar da chacina. “Esse negócio (a chacina) acabou com a imagem do bairro”, diz. “Do jeito que falam, parece até que aqui tem morte todos os dias. E não é assim”, arremata. Atualmente cursando a sexta série do ensino fundamental, ela está pavimentando a estrada para o sucesso: é boa aluna e tem como meta diplomar-se em medicina com especialização em cardiologia. Por que? “Para salvar vidas”, responde.

De todos os assistidos do projeto Ponto de Cultura apenas uma admitiu que
pretende seguir a carreira artística: Josiele Santos Fonseca, 16. Ela encarnou o papel de guerreira no espetáculo Na raça e tomou gosto. Há quatro anos frequentando a Cacto e Trevo, descobriu o potencial artístico que tem dentro de si.”Gosto de dançar e de interpretar”, confessa. Antes de entrar para a ONG, ela ficava sozinha, uma vez que a mãe saía pra trabalhar e os dois irmãos nunca paravam em casa. Agora, além de ter companhia no período em que não está na escola, tem a oportunidade de dançar e atuar, o que adora fazer. Com a experiência de quem já viu alguns vizinhos de sua idade ingressarem no crime ou tombarem na chamada guerra do tráfico ela defende a criação de mais instituições com a proposta da Cacto, como forma de reduzir a criminalidade. “Eu acho que violência se combate oferecendo escolas e cursos que prendam o jovem num ambiente saudável”, fala, como se gente grande fosse.


Mestre Carlinhos com o grupo de capoeira
É uma tarde ensolarada de quinta-feira. Na sala do Colégio Estadual Newton Sucupira reservada aos alunos de capoeira da Cacto, os alunos estão
indóceis. Correu o boato de que eles vão “sair no jornal” e cada um quer
aparecer mais que o outro, para desespero do professor Carlinhos. Reação normal de jovens normais em um bairro que vive na mais absoluta normalidade. Decorrido pouco mais de um ano da chacina que abalou a comunidade, Mussurunga tenta retomar seu lugar na história e depurar o estigma de zona proscrita. E, para falar a verdade, a pecha nem lhe assenta assim tão bem. Afinal, poucos sabem, mas a Chacina de Mussurunga, sequer aconteceu propriamente no bairro. É que a Rua da Adutora, palco da tragédia, fica mesmo é em São Cristóvão, num lugar apelidado indevidamente de Baixinha de Mussurunga.



Endereço: Setor F caminho 04 casa 06 – Mussurunga I
Salvador-BA

Telefones: (71) 3377 -7267

Site: http://www.iteia.org.br/cactoetrevo

Fotos: Divulgação, Isabel Batista, Jane Silva e Paulino Santos

Carlinhos de Jesus em Salvador



Se seu sonho sempre foi dançar bem como o badalado dançarino Carlinhos de Jesus, chegou a sua vez! O próprio Carlinhos estará em Salvador nos dias 18, 19 e 20 deste mês para compartilhar com a gente, “pobres mortais”, tudo que sabe fazer em um salão. O workshop Swing e Samba com Carlinhos de Jesus, promovido pela produtora Ritmos Baianos e Brasileiros, acontecerá na Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), no Terreiro de Jesus, no Pelourinho e terá uma programação bastante variada, com palestras, aulas e baile, que pode ser conferida no site do evento. As inscrições estão abertas e os valores são diversificados (pacote e individual, além de aulas avulsas). As inscrições estão sendo feitas na Escola de Dança da FUNCEB, no Pelourinho, de segunda a sexta, das 17h às 21h.

Mais informações pelos tels.: (71) 3388-3935/ 8866-6767/ 8864-8456/ 8793-1621 ou pelo e-mail profzecarlos@ig. com.br ou ritmosbaiano@hotmail.com.

EVENTO DE LANÇAMENTO DO TEMA PARA O CARNAVAL 2010
SHOW DA BANDA OKANBI AFRO POP SEGUIDO DE CARURU SERVIDO NO FOYER
LOCAL- TEATRO DO IRDEB
DIA - 12/09 (sábado)
HORÁRIO - A PARTIR DAS 19H

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

NÓ DE MADEIRA PROMOVE FEIJOADA DO FORRÓ

Pela terceira vez, a banda de forró Nó de Madeira promove a festa de camisa batizada de Feijoada do Forró. O evento ocorre, no próximo domingo(6), das 12 as 18 horas, no Espaço Seresta da Galega, na praia de Periperi. As camisas já estão à venda no local e custam R$20.
Durante o evento, será gravado ao vivo o DVD da banda Nó de Madeira, formado por sete músicos. A banda tem influência de Luiz Gonzaga e Trio Nordestino.
O Grupo Nó de Madeira surgiu, em 21 de março de 2000, da vontade dos seus integrantes de criar projeto baseado no forró e baião autêntico. Até o momento, a banda já gravou seis CDs. O grupo já se apresentou em várias regiões da Bahia: Jequié, Mata de São João, Parque Nacional de Vaquejadas em Dias D’Ávila, além de se apresentar em outros estados como Bacabal (Maranhão).