quarta-feira, 16 de junho de 2010

A violência e a política

Ninguém pode negar que os numeros sobre violência aumentaram muito no Estado nesses ultimos anos. Nem adianta deixr de soltar números oficiais, governador Wagner, tem que existir programas de combate e projetos sociais, senão a vaca vai para o brejo. leia esse artigo de Tasso Franco sobre o tema:

O governador Jaques Wagner diz que não vai politizar o tema da crescente onda de violência na Bahia, com destaque nacional diante do assassinato do delegado Clayton Leão, da 18ª de Camaçari, e apresentou uma tese esdrúxula, até desaconselhável a um chefe de executivo dando conta de que, se soubesse como combater o crime de forma eficiente seria milionário. De pronto, recebeu em troca, uma crítica ferina do senador César Borges (PR), quase seu aliado no plano local, e agregado ao projeto Lula/Dilma no âmbito nacional, o epíteto de Pôncio Pilatos. Aquele que lavou às mãos diante do povo à sua porta pedindo a execução de Jesus.

Em tese, o governador não tem poderes para brecar a politização da violência e da sequência de crimes que acontecem na Bahia porque os temas se impõem por exigência da sociedade. E, no momento, o tema em foco, como prioridade 1 é a segurança pública. O governador inclusive sabe disso porque pesquisas de avaliações internas do seu governo feitas pela Campus, e antes pela Vox, apontam nessa direção. Então, ainda que não deseje politizar essa questão, porque no momento é desfavorável ao seu desempenho governamental, vai ter que encarrar o problema.

E, o que é mais sintomático: terá que fazê-lo em duas frentes. A primeira no circuito da gestão. Tentar, ainda, até que a campanha eleitoral propriamente dita comece, a partir de 6 de julho, e com mais intensidade depois de 17 de agosto, melhorar o desempenho da Segurança Pública, se municiar de informações desse setor, analisar dados, convocar os poderes Judiciário e Legislativo, enfim, reduzir os níveis de tensões em que vive a população. Se conseguir pelo menos minimizar esse ambiente carregado que se disseminou pelo estado representa um ganho substancial.

A segunda frente será política. Não tem jeito. Ainda que o governador não queira será forçado a debater o assunto porque seus adversários, hoje, já priorizam essa bandeira, imagine-se o que acontecerá durante a campanha. E reze o governador para que não ocorram fatos, mais adiante, que chamem a atenção nacional porque aí será fatal para suas pretensões políticas. O melhor, portanto, é se organizar nessa direção, estabelecer comparativos, acercar-se de uma "troque de choque" parlamentar, pois, vem chumbo grosso à caminho e não é pouco.

Veja que, no crime do delegado Clayton, se a imprensa não procurasse alguns parlamentares da base do governo, não teria saído uma linha em defesa do governador. Entre os sindicatos, apenas o Sindilimp, emitiu uma nota de apoio à Polícia. Espontaneamente, nenhum deputado saiu em defesa do governo, nem na Assembleia; nem na Câmara. Até mesmo os candidatos ao Senado, Lídice da Mata, e Walter Pinheiro, nada falaram. E, na equipe de governo, no ambiente dos direitos humanos, zero. Enquanto isso, do outro lado, um bombardeio. Artilharia pesada e que fez um estrago enorme na imagem governamental.

Há de se dizer que a imprensa colaborou nessa direção. Evidente. A midia trabalha, preferencialmente, com a cultura do mal. Isso inclusive faz parte do viver nacional. Mas, ela só avança nesse direção se existirem fatos. Brizola se queixava demais da Rede Globo e a exposição da "guerra" nos morros do Rio de Janeiro. A manutenção do noticiário nessa direção, nos dias atuais, é tão itensa quando na época brizolista porque o problema continua e se agrava. A Bahia, hoje, vive esse drama. Sua vitrine está trincada e ganha espaços porque faltam ações competentes para conter a violência.

Aqui do meu palanque, sem votos, convocaria até a oposição para um pacto. E todos os setores da sociedade. Sem isso, só a proteção divina.

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