quarta-feira, 16 de junho de 2010

Nada para durar

Hoje em dia nada é feito para durar: nem as relações, nem os eletrodomésticos, nem as construções… nada dura. Nem mesmo este texto. Capela Evora - para blog

Antigamente, as pessoas se casavam e compravam uma casa para a vida toda. Os móveis, os eletrodomésticos, o enxoval… e até o marido eram escolhidos na expectativa de durarem para “sempre”!

A geladeira da casa da minha avó continua funcionando – e eu a acho o máximo. Minha avó já passou desta pra melhor e a tal geladeira continua lá, firme. Hoje em dia, você compra uma TV sabendo que 5 anos depois ela já não estará mais funcionando bem. Isso sem falar da evolução tecnológica, que talvez seja a grande vilã desta queda da qualidade dos produtos – pra que durar tanto se tudo fica tão rapidamente obsoleto?

Hoje em dia nada é feito para durar. Nem mesmo as relações, que se iniciam e se rompem numa tal velocidade que não conseguimos sequer acompanhar as histórias afetivas. A gente fica com medo de chamar os companheiros dos amigos pelos seus nomes, pois não dá tempo de memorizá-los. E acabamos apelando para o “Oi, querido…!”, fórmula ótima para não cometer gafes.

E aí, o que acontece? Fica tudo tão não-durável, tão “perecível” que as pessoas entram numa onda de que ELAS têm que durar. É uma tal mania de juventude, uma preocupação excessiva com o corpo, com a alimentação saudável, uma explosão de plásticas e cosméticos para atrasar ou camuflar o envelhecimento… como hoje em dia nada é feito para durar, as pessoas pensam que elas, ao menos, têm que ser mais duradouras. Ledo engano.

“Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”. (Frase da entrada da Capela de Ossos em Évora – Portugal)

Fonte; Balzaquianos

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