domingo, 4 de março de 2012

Fotógrafo Homenageia Cosme de Farias






 

Por Ernesto Marques
Foto: Max Haack/Ag Haack

Os 40 anos da morte do Major Cosme de Farias, o advogado dos pobres, foi lembrado numa solenidade simples e emocionante, na Associação Bahiana de Imprensa, da qual foi um dos fundadores e primeiros associados. O fotógrafo Anísio Carvalho, reconhecido pelos colegas de fotojornalismo como decano da imprensa baiana, ofereceu um quadro com uma de suas fotos ao Museu da Imprensa e os presentes puderam assistir a exibição de um documentário de 14 minutos do cineasta Tuna Espinheira com as únicas imagens em movimento de Cosme de Farias atuando como deputado estadual, quando a Assembléia Legislativa funcionava no prédio da ABI. A presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Consuelo Pondé, fez um resumo do que representou a figura do rábula que conseguiu habeas corpus para Dadá, mulher do cangaceiro Curisco, do bando de Lampião e, emocionada, lembrou a comovente defesa que o Major Cosme de Farias fez de um ladrão de galinhas.

Presente à solenidade, o presidente da Câmara Municipal, cujo plenário homenageia um dos mais ilustres soteropolitanos que por lá passaram, ficou sensibilizado com a riqueza do personagem e comprometeu-se a participar de um esforço conjunto com a ABI e o IRDEB para recuperar a cópia do filme de Tuna Espinheira, produzida originalmente em 35mm. O diretor de cultura da ABI, Luiz Guilherme Pontes Tavares, e o coordenador de Jornalismo do IRDEB, Jorge Ramos, lembraram do enterro do advogado dos pobres como dos maiores funerais já vistos em Salvador, quando o caixão era conduzido acima da multidão porque todos faziam questão de ajudar a carregá-lo, que ainda contou com a presença do fotográfo Max Haack, diretor da ArfocBahia, representando o presidente Luiz Hermano, e o associado da ArfoBahia, o repórter fotográfico Romildo de Jesus.

Em todos os pronunciamentos, foi reconhecida e enaltecida a tenacidade com que um homem pobre, auto-didata, se dedicou a combater o analfabetismo como caminho para libertação da sua gente. Foi o que disse Clarindo Silva, que contou ter sido “tocado” pelo estímulo alfabetizante do Major aos 12 anos. Filho de uma família pobre, com 24 filhos, Clarindo disse ter começado a estudar a partir daquele encontro, e hoje é uma das figuras que simbolizam a cultura baiana. O presidente da ABI, Walter Pinheiro, agradeceu o presente de Anísio Carvalho em homenagem a Cosme de Farias, e homenageou um dos mais antigos repórteres fotográficos da imprensa baiana, ainda em atividade.
Fonte; Arfoc

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