terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Desafios na Captação de Recursos pelas Organizações do Terceiro Setor


Em um ambiente incerto, de constantes transformações, com acentuada e crítica situação social, onde a desigualdade, lamentavelmente ainda é uma triste constatação, temos, nesse contexto, um fenômeno social que muitos estudiosos apresentam como promissor, que cresce consideravelmente no mundo e também em todo Brasil. Fenômeno chamado de terceiro setor – organização com objetivo social -, que necessita de atenção e dedicação para que se torne um grande feito para a sociedade na ausência ou omissão do poder público, em questões sociais.
Como o terceiro setor trabalha, também, com a linha de voluntariado e com a premissa básica de não obter lucros, as dificuldades na gestão dessas organizações estão em discussão constante, pois nem sempre as doações de benfeitores, pessoas físicas e jurídicas, ou mesmo a ajuda dos próprios colaboradores, são suficientes para manter o bom funcionamento das organizações e de seus projetos. Dessa forma, destaca-se a importância de criar-se plano eficaz de captação de recursos, que seja capaz de cobrir as necessidades da organização, bem como proporcionar os resultados esperados.
Em pesquisa feita na cidade de Campinas, observou-se que a maioria das organizações do terceiro setor pesquisadas não tem plano formal de captação de recursos, ou até mesmo, desconhecem a estrutura para realização de plano ou ação formal de captação, contudo, buscam recursos de fontes variadas, aleatoriamente e emergencialmente, ou seja, se empenham em angariar recursos quando a necessidade é imediata, não ocorrendo estratégia de captação, com foco no longo prazo. Para todas as organizações pesquisadas, a diretoria é responsável pela aprovação de planos de captação de recursos, porém quando o assunto é controle, a diretoria trabalha em conjunto com o departamento financeiro. Todos os recursos captados destinam-se as atividades fim, de maneira direta e/ou indireta, isto é, os recursos também são utilizados para manutenção da entidade. Após análise dos resultados da pesquisa, constatou-se que dentre as organizações pesquisadas a grande maioria não tem uma estratégia para captação de recursos bem estruturada.  Pode-se concluir que o observado na pesquisa, explica-se, basicamente, por dois motivos: 1º) são organizações recentes no cenário social atual, sendo que, no Brasil, começam a ter destaque a partir de 2000, sem base conceitual definida para a concepção de sua estrutura orgânica e, 2º) não possuem, na sua grande maioria, profissionais preparados para o planejamento e implementação de plano de captação de recursos. Assim é possível afirmar, que a gestão do terceiro setor ainda não possui uma construção teórica própria, explicado, em parte, por ser recente sua existência, o que se traduz, ainda, em incipientes pesquisas teóricas e aplicações práticas. Tal constatação permite-nos concluir que administrar sem capacidade técnica de gestão, é um fator negativo, independente do seguimento da organização.
Ter o plano de captação de recursos bem definido, é de suma importância. O controle de elaboração desse plano também merece atenção especial, pois será exatamente daí que surgirão novas oportunidades de captação.
Elton Praxedes Carvalho da Silva – @graduando do curso de Bacharelado em Administração da Faculdade INPG Campinas

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