quarta-feira, 16 de junho de 2010

outra crônica

Outra crônica postada, agora dede Zé de Jesus Barrêto:

Umas considerações sobre cadáveres e retrovisores

Uma semana depois do assassinato (pra muitos, execução) do delegado Clayton Leão na estrada da Cascalheira, em Camaçari, e precisamente no dia em que alguns rapazes, bem trajados e bem armados, assaltaram no começo da tarde uma das maiores churrascarias da cidade, na orla e cheia de fregueses, o secretário de Segurança do Estado assinou um artigo na página de Opinião do jornal A Tarde ‘tirando o corpo e soltando chumbo’.

Desculpe-me a autoridade, mas a essa altura do descalabro na área da segurança pública baiana, jogar a culpa da escalada estúpida da violência nos últimos anos à manjada ‘herança maldita’... Francamente! Apontar como ações pontuais do governo a contratação de policiais, a aquisição de armamentos e veículos... Francamente!
*
Pessoal, acorda! O tempo de Raimundão Ravengar na área do Retiro foi de banditismo ‘romântico’, robinhoodiano. Hoje é máfia, a brutalidade fria e sofisticada. O crime vai se entranhando, está nos guetos pobres e nos salões engravatados. Quer poder, dinheiro, a qualquer custo. Além das drogas, das leis, das fronteiras. O criminoso de hoje não é um marginal, é um antenado, tem Ipod, usa Twitter, está inserido na tecnologia, globalizado.
Ora, ainda temos delegacias com máquina de escrever, BOs datilografados, pneus carecas, fichários encardidos, justiça emperrada. As causas, diagnósticos... sabemos. Uma delas é a política eleitoreira , de ontem e de hoje. O que se espera do governo são estratégias, foco, sabedoria, justiça, projetos e atitude... fortaleza! O crime é organizado, já os poderes...
*
Ora, se o denodo canino com que esse pessoal se defende (e a seus cargos) e ao mesmo tempo ataca, acusa os adversários de palanque, se essa energia fosse canalizada em busca de soluções para os conflitos ou para executar as ações administrativas que lhes competem, ah, teríamos alguma esperança de dias melhores.
O governador Jaques Wagner, quando tomou posse, jurou que não governaria com olhos no retrovisor. Mas seu pessoal insiste em exumar o carlismo. Tem gente, governador, que segue olhando pelo vidro traseiro, como se andasse de ré. Atropelando cadáveres. Alguns não perceberam a estrada do novo milênio... ainda.
***
Copa da África
Estamos a seis dias do começo da Copa do Mundo africana. Tá chegando a hora do grande espetáculo da bola no planeta Terra. As cidades brasileiras já se enfeitam de verde-amarelo, as cores desse São João, com bandeiras, bandeirolas, pinturas, camisas, vuvuzelas... No clima! Claro, a torcida é pelo Brasil, em busca do hexa. As esperanças, todas, em Kaká, Robinho, Luis Fabiano, no goleirão Júlio Cesar, na boa defesa e... na camisa de um time pentacampeão, que pesa, que intimida o adversário, sim.
*
Entendo como favoritos, além do Brasil, as históricas Alemanha e Itália, sempre fortes. Mas a Espanha tem um belo time, pode surpreender; los hermanos argentinos confiam nos seus astros (Messi, Veron e companhia) e a Inglaterra evoluiu muito. Tem ainda o Portugal de Cristiano Ronaldo, Deco e Liédson e a França, que ultimamente vem marcando presença. No mais, o que der é ‘zebra’. Mas, como a copa será na África, lá a zebra pasta e corre livre!
*
O futebol é um esporte fantástico. A bola que rola no chão iguala todos. Não importa idade, tamanho... Pelé tornou-se rei aos 17 anos. Os maiores jogadores da história tinham (têm) menos de 1m70 : Pelé, Garrincha, Maradona, Zico, Tostão, Sanfellipo, Puskas, Di Stéfano, Messi... Diante da bola todos ficam do mesmo tamanho. Conta a habilidade, a inteligência, a agilidade, a técnica, o jeito de tratar a pelota. Isso faz a diferença.
*
Quero é bola rolando, ver espetáculo, arte!
Quero é GOOOOL!

Nenhum comentário:

Postar um comentário